Mas, quem são esses malucos?

Quem? Nós?

Prazer, Layane e Gabriel! E aqui, finalmente, eu vou contar um pouquinho da nossa história para vocês…

Bom, a parte curta é: somos um casal, de 30 e alguma coisa que, em um ano pandêmico muito louco, ainda sem saber o que estava por vir, decidiu construir uma campervan para viver viajando dentro dela!

Agora você me pergunta, vocês sempre sonharam com isso?

E a resposta é: especificamente com isso, NÃO!

Muito aventureiros sim.

E aí que vem a parte longa…

Nós sempre fomos espíritos aventureiros, sabe?! Sempre sonhamos em dar uma volta ao mundo, sonhamos que casaríamos e viveríamos fazendo viagens incríveis. Sempre amamos conhecer culturas, comidas, lugares e principalmente saber as histórias das pessoas.

Então, apesar de nunca termos pensado “Nossa, um dia vou construir uma campervan e viver sem rumo”, definitivamente essa é uma coisa não muito difícil de ter acontecido com a gente. Can you relate?

E foi assim… que, após um intercâmbio em que não pudemos aproveitar para conhecer os lugares da forma que gostaríamos, nos vimos diante de um realinhar de rotar inesperado, E ESPERADO, que aparentemente iria mudar para sempre o rumo das nossas vidas.

Ou seja, rolou o tal do “Nossa, vamos construir uma campervan e viver sem rumo?”!´Poisé.

Mas deixa eu começar do começo. Senão ninguém vai entender mais nada disso aqui…

Olha essas carinhas de neném! Sabiam de nada da vida, gente.

Era final de 2018. Eu, Layane, tinha acabado de sair de um emprego de 4 anos para tentar empreender na minha área, que até então era arquitetura e design de interiores, e para isso, nós havíamos guardado uma reserva de dinheiro e começávamos a nos preparar. O Gabriel, tinha uma emprego público fixo, estava fazendo uma segunda faculdade e também iniciava um mestrado profissionalizante na área de atuação dele.

Nós vivíamos normalmente, com apartamento mobiliado, moto e algumas das outras coisas com as quais aparentemente deveríamos nos contentar naquela etapa de nossas vidas.

Estávamos ok. Construindo nossas vidas, normal.

E FOI AÍ QUE.

Um belo dia, em pleno aeroporto de Congonhas, voltando de um passeio em Niterói, vimos no Instagram um anúncio de uma empresa de intercâmbios bem conhecida. E, do nada, assim bem aleatoriamente mesmo, como se o universo tivesse cochichado na minha orelha, mandei uma mensagem.

Era só curiosidade, cara. Queria saber o preço. Que nunca?

O que sei é que em torno de 6 meses depois, nós estávamos saindo de Palmas, Tocantins, com destino a Dublin, Irlanda.

[O porquê escolhemos Irlanda, você pode ler aqui!]

Hahaha. Ai vida. Você é mesmo uma doidera.

Viajávamos cheios de planos, com a data de retorno definida e a vontade de voltar com a bagagem cheia de experiências incríveis! Muita empolgação, algumas poucas certezas e olha, dessas poucas, agora temos menos ainda. Afinal, pra que elas existiriam se não fossem pra gente muito sabiamente ignorá-las, não é mesmo?

Daí que nesse nosso realinhar de rotas, nossa bússola apontou para uma direção ainda mais incerta e promissora!

Ressalva para essa viagem foda para a Alemanha!

Após oito meses de intercâmbio, nós nos decidimos por renovar nosso visto, para mais oito meses. Como falei lá no comecinho, havíamos perdido muito tempo até nos sentirmos seguros o suficiente para aproveitar, trabalhamos muito e não fizemos praticamente NADA de bom.

Nesse momento até surgiu uma ideia bem distante e disforme de talvez comprarmos uma campervan para morar nela, economizar aluguel. Mas era algo beeem abstrato, sabe.

O nosso foco mesmo é que AGORA seria a hora de aproveeeitar! Renovamos, pagamos, escolhemos escola de inglês perto de trabalho e casa, toda uma logística.

Aí, pandemia. Isso mesmo, pode acreditar.

Hahaha. Só rindo mesmo. E o que faríamos então? E o aproveitar? As viagens? Comidas gostosas? Taças de champagne sendo tomadas em piscinas de borda infinita? Essa parte foi apenas para efeito dramático, a gente odeia champagne.

Como ja devem imaginar, não rolou nada disso, né. E tivemos que acompanhar o mundo passar por um dos seus momentos mais difíceis. Pelo qual ainda está passando, aliás.

Foi tenebroso para todo mundo. E aproveito aqui para demonstrar nossa consternação se, por um acaso foi ainda mais duro para você. Se perdeu alguém, se se perdeu de si. Sentimos muito mesmo.

Para a gente, foi aquela coisa. Presos em casa, em um sistema acertadamente super restrito que foi aplicado por aqui. Lockdown completo. Dando banho nas compras. Gabs seguiu trabalhando, pois era serviço essencial e eu fui colocada em lay-off, que é um nome bonitinho que eles dão para demissão. O casal espanhol que morava com a gente praticamente ficou preso no país deles. Era onde eles estavam quando o lockdown foi instaurado e, por uns motivos muito loucos que conto outro dia, não conseguiriam voltar mais. Daí que, como o apartamento em que morávamos era alugado por eles, que eram cidadão europeus, precisaríamos desocupar.

E foi aí que o plano digievoluiu! Aquele! Da campervan. Lembra?!

Agora, ele começava a adquirir um formato um pouco mais concreto. Já teríamos que nos mudar mesmo, seria ótimo não precisar pagar aluguel, que aqui na Irlanda é uma fortuna. Iríamos pode usar para fazer as tão sonhadas viagens. E tudo fazia mais sentido ainda, com a pandemia e o risco que os meios de transporte convencionais estavam oferecendo! Era ganha-ganha.

Em menos de um mês, após olharmos algumas opções já prontas, Gabriel achou um carro do jeitinho que queriamos e precisávamos. Era perfeito. Compramos.

Assim. Daquele mesmo jeito que decidimos fazer o intercambio e viemos parar aqui. Na doida.

Optamos por uma van sem nada dentro, porque queríamos fazer do zero, do nosso jeitinho.

Lágrimazinha de emoção de pensar em tudo que conseguimos fazer.

E todo o resto foi conspirando a nosso favor. Eu fiz projeto! Arquiteta aqui, né rapaz. E fui estudando como tudo funcionaria, descobrindo os materias, pesquisando sobre os equipamentos, aprendendo como cada fuc*ing coisa se chamava em inglês. Gabriel trabalhava muuuito para que conseguíssemos juntar uma grana que desse para alguma coisa. O fato de também não podermos sair – nem beber, haha – também contribuiu bastante para economizarmos.

Fomos seguindo da forma que dava, mas confessamos, não tínhamos um planejamento muito certo de como tudo ia acontecer. Olhando hoje, com a perspectiva que a passagem do tempo dá, arrisco dizer que não esperávamos que demoraria tanto. Digo, para a pandemia dar um desconto!

Mas também não esperávamos gastar tanto tempo atolados na construção da van. Acabou que as duas coisas foram coincidindo. No final, coincidiu tanto que, quando resolvemos que o que já tinhamos feito até então estava suficiente para iniciarmos a viagem, o que nos prendeu por mais alguns dias foi bem a bendita da oferta da vacina. Pela qual, fizemos questão de esperar, óbvio. Isso tudo também bateu com o fim da nossa renovação e todas as peças foram se encaixando. Até que, nesse mar de incertezas que se chama vida, o plano acabou chegando na sua versão final. Ou quase.

Iríamos desbravar a Irlanda, fazer toda a Wild Atlantic Way e, já sem nada para nos prender aqui, seguir rumo onde quer que a vida nos levasse!

E assim temos feito.

A nova aventura agora tem sido na estrada, a bordo de uma van que chamamos de lar. Algo que construímos de forma totalmente inexperiente, ainda que muito dedicada. Que enche nossos corações de alegria e orgulho e nos dá a possibilidade de chegar aonde quer que imaginemos.

E, lembra daquela bagagem que citei laaá no comecinho dessa historiona toda? A que trazíamos com muita expectativa e vontade de que voltasse cheia de cheia de experiências incríveis?!

Mesmo com tudo de fantástico que vivemos aqui, ainda tem MUITO ESPAÇO nela e acho que, se tratando da gente, não sei se vai se enxer um dia. Nós vamos seguir buscando.

De mãozinhas dadas.

Acreditamos muito que, no que diz respeito ao que a vida tem para nos proporcionar, isso aqui é só o começo. E somos infinitamente gratos ao nos darmos conta do nosso privilégio, quando a realidade de tantos é tão diferente, de podermos fazer nossas próprias escolhas e trilhar o caminho que decidimos seguir.

E é isso, meus queridos.

Aqui vamos dividir um pouco mais dessa maluquice toda, sem muitas pretensões. Acho que o que queremos mesmo é apenas uma forma de trazer todos vocês um pouquinho mais pra perto da gente. É aquela coisa toda de felicidade só é real quando é compartilhada.

Essa certeza, a gente tem. Vamos juntos?!


De repente você pode preferir ver esse conteúdo em vídeo! Um pouquinho diferente, mas a essência é a mesma. 😃

2 Comentários

  • Maria Expectação Crispim
    Postado 28 de outubro de 2021

    Que história linda!!
    Quanto trabalho, mas o importante é que vocês conseguiram, são jovens e têm o mundo para desbravar.
    Eu tenho 70 anos e meu companheiro 73, ainda sonhamos viajar também e esperamos conseguir em breve.
    Boa sorte e sucesso em sua empreitada.

    • LayGabsViajando
      Postado 12 de abril de 2022

      Muito obrigado pelo apoio! Nunca é tarde para realizar os nossos sonhos né? Um grande beijo!

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